O dinheiro é um tema recorrente na Bíblia, e sua relação com a vida cristã é discutida de diversas maneiras. A Bíblia não condena o dinheiro em si, mas adverte sobre o amor ao dinheiro e o modo como ele é utilizado. Vamos explorar o que a Bíblia diz sobre o dinheiro em relação ao comportamento cristão, sua administração e os ensinamentos sobre a prosperidade, generosidade, avareza e os perigos de se apegar ao dinheiro.
1. O Dinheiro como uma Ferramenta.
Na Bíblia, o dinheiro é frequentemente visto como uma ferramenta, algo que pode ser usado para o bem ou para o mal, dependendo das intenções de quem o possui.
- Eclesiastes 10:19: “O dinheiro responde a tudo.”
- Este versículo reconhece que o dinheiro tem poder para resolver muitas situações práticas da vida. No entanto, ele não deve ser o centro da nossa vida, como veremos em outros ensinamentos.
- 1 Timóteo 6:17: “Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a sua esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas desfrutarmos.”
- Aqui, Paulo ensina que, embora as riquezas sejam úteis, nossa confiança deve estar em Deus, não nas posses materiais.
2. O Perigo do Amor ao Dinheiro
A Bíblia é clara ao advertir sobre o perigo de amar o dinheiro. O dinheiro em si não é o problema, mas quando ele se torna o centro da nossa vida, pode nos desviar do propósito de Deus.
- 1 Timóteo 6:10: “Porque o amor do dinheiro é a raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.”
- Este versículo destaca que o amor ao dinheiro pode levar à tentação e ao pecado. A busca incessante por riquezas pode nos afastar de Deus.
- Mateus 6:24: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar ao outro, ou se dedicar a um e desprezar ao outro. Não podeis servir a Deus e a mamom (riquezas).”
- Jesus ensina que o dinheiro (mamom) não deve ser o senhor da nossa vida. Devemos escolher servir a Deus acima de tudo.
3. A Generosidade e a Dízima
A Bíblia também fala sobre o dízimo e a oferta, enfatizando a importância de ser generoso e de dar ao Senhor com um coração alegre.
- Malaquias 3:10: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja alimento na minha casa; e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior bênção.”
- A prática do dízimo é uma forma de honrar a Deus com as nossas finanças. Deus promete abençoar aqueles que são fiéis no que diz respeito ao dízimo.
- 2 Coríntios 9:7: “Cada um contribua segundo propôs no coração, não com tristeza, nem por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria.”
- O apóstolo Paulo ensina que o coração ao dar é mais importante do que a quantia. Deus não quer que as pessoas deem com relutância ou por obrigação, mas com um espírito alegre e generoso.
4. Riquezas Terrenas x Riquezas Eternas
A Bíblia também adverte sobre a transitoriedade das riquezas terrenas e a necessidade de focarmos nas riquezas eternas.
- Mateus 6:19-21: “Não ajunteis para vós outros tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem corrompem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem corrompem, e onde os ladrões não minam nem roubam; porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.”
- Jesus ensina que devemos priorizar o Reino de Deus em vez de amontoar riquezas materiais. O foco deve ser nas coisas eternas.
- Lucas 12:15: “E disse-lhes: Acautelai-vos e guardaivos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância dos bens que possui.”
- A abundância de bens materiais não define uma vida bem-sucedida aos olhos de Deus. Jesus alerta contra a avareza e ensina que nossa vida é mais do que os bens que possuímos.
5. A Parábola do Rico Insensato
Em Lucas 12:16-21, Jesus conta a parábola do rico insensato, um homem que acumulou grandes riquezas, mas não considerou o seu destino eterno.
- Lucas 12:19-21: “E direi à minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe, e regala-te. Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus.”
- Esta parábola ensina que o acúmulo de riquezas sem consideração pela vida espiritual é insensato. A verdadeira riqueza é aquela que é acumulada no relacionamento com Deus.
6. A Desigualdade Social e o Uso Responsável do Dinheiro
A Bíblia também ensina que devemos cuidar dos pobres e dos necessitados, e usar o dinheiro de forma responsável para ajudar aqueles que estão em necessidade.
- Provérbios 19:17: “Quem se compadece do pobre empresta ao Senhor, e ele lhe pagará o seu benefício.”
- Quando ajudamos os necessitados, Deus vê isso como um empréstimo feito a Ele, e Ele promete retribuir.
- Mateus 25:35-40: Jesus, na parábola do julgamento final, afirma que ajudar os necessitados é um ato de serviço a Ele: “Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me deste de beber; era estrangeiro, e me hospedastes...”
7. O Exemplo de Jesus e os Ensinos sobre o Dinheiro
Jesus, embora não tenha sido rico, falou frequentemente sobre o dinheiro e o uso responsável dele. Ele exemplificou a vida de simplicidade, dependência de Deus e generosidade.
- Mateus 8:20: “Jesus lhe disse: As raposas têm covis, e as aves dos céus têm ninho; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.”
- Jesus vivia de forma simples e não buscava riquezas materiais, mas focava no Reino de Deus.
Conclusão
A Bíblia não condena o dinheiro, mas adverte sobre os perigos de amá-lo e fazer dele a prioridade em nossas vidas. A verdadeira prosperidade, segundo as Escrituras, não é medida por riquezas materiais, mas pela generosidade, pela fidelidade a Deus e pelo uso responsável do que Ele nos dá.
Devemos ser bons mordomos de nossas finanças, sendo generosos, ajudando os necessitados e acumulando tesouros no céu, onde nada pode corroer ou roubar.
Deus nos chama a sermos fiéis em todas as áreas de nossas vidas, incluindo nossa administração do dinheiro.